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Questionados sobre o espaço de ação da Defesa Civil, em coletiva à imprensa durante visita oficial a Rio Claro, o Dr. Antônio Luiz Coimbra de Castro gerente de projetos da Secretaria Nacional de Defesa Civil foi enfático: é mais fácil responder onde não há espaço para a Defesa Civil. Conclui-se portanto que, considerando as definições conceituais contidas nas resoluções do Conselho Nacional de Defesa Civil CONDEC, prendendo-se a questão dos desastres, há espaço de trabalho para a Defesa Civil em tudo que afeta ou pode afetar a população. Assim, aproximar-se das questões do cotidiano urbano, das questões geradoras dos conflitos sociais é fundamental. Buscar as causas e contribuir no trabalho que leve as comunidades locais a participar da construção e da organização da cidade é alternativa viável no sentido de canalizar a energia que tem se destinado a ações destrutivas e, portanto, preocupantes. Senão, vejamos:
Numa análise da realidade brasileira, a partir das estatísticas de mortalidade, relativas ao ano de 1997, verifica-se que naquele ano foram registrados 754.585 óbitos, em conseqüência das:
O estudo destes números comprova que, no Brasil, os traumatismo já ultrapassaram o câncer e se colocam como a segunda causa geral de óbitos. Encarar essa realidade significa compreender que, analisados em conjunto, os acidentes de trânsito devem ser trabalhados também na perspectiva da Defesa Civil pelo impacto social que representam. Ao aprofundar a análise dos traumatismos, por exemplo, como causa de óbitos, verifica-se a seguinte distribuição de óbitos:
Como 60% dos óbitos provocados por causas externas ocorrem entre os 5 (cinco) e os 39 (trinta e nove) anos e os mais atingidos pela violência são os jovens de sexo masculino, com idade variando de 20 e 29 anos, é forçoso concluir que os traumatismos em geral e a violência estão concorrendo para reduzir a expectativa de vida dos brasileiros, de uma forma muito preponderante. Tais dados justificam inclusive a necessidade de esforço no sentido da desconstrução da cultura da violência nas suas mais diversas formas de manifestação, para a construção de uma sociedade fundamentada em princípios de respeito às individualidades, à liberdade, e que valorize o indivíduo em seu complexo de dimensões. Há que se pensar em projetos que, integrando a juventude nas questões urbanas e nas questões sociais, garantam seu envolvimento e participação saudável, admitindo a idéia de que manifestações violentas também são formas de participação. Considerações finais Pensar e projetar a cidade do Século XXI atento para a problemática urbana, no que tange a Defesa Civil, tem como grande desafio incorporar a preocupação com os aspectos preventivos em todas as áreas, visando a redução dos desastres e das vulnerabilidades. Concomitantemente, é forçoso preparar a comunidade para participar efetivamente da construção urbana, se apropriando de conceitos, se apoderando de discussões e conquistando canais de participação. Cabe pois a uma Defesa Civil efetivamente engajada, proporcionar as condições necessárias, radicalizando no processo de democratização das informações e de participação comunitária através do oferecimento de mecanismos de construção do coletivo. Só assim é possível prevenir desastres e manter aceitáveis os níveis de preparação para enfrentamento de situações adversas.
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