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Perspectivas
para o S�culo XXI
Questionados
sobre o espaço de ação da Defesa Civil, em coletiva
à imprensa durante visita oficial a Rio Claro, o Dr. Antônio
Luiz Coimbra de Castro gerente de projetos da Secretaria Nacional de Defesa
Civil foi enfático: é mais fácil responder
onde não há espaço para a Defesa Civil. Conclui-se
portanto que, considerando as definições conceituais contidas
nas resoluções do Conselho Nacional de Defesa Civil
CONDEC, prendendo-se a questão dos desastres, há espaço
de trabalho para a Defesa Civil em tudo que afeta ou pode afetar a população.
Assim, aproximar-se das questões do cotidiano urbano, das questões
geradoras dos conflitos sociais é fundamental. Buscar as causas
e contribuir no trabalho que leve as comunidades locais a participar da
construção e da organização da cidade é
alternativa viável no sentido de canalizar a energia que tem se
destinado a ações destrutivas e, portanto, preocupantes.
Senão, vejamos:
Análise Epidemiológica dos Danos Humanos
(Morbi-mortalidade)
Numa análise
da realidade brasileira, a partir das estatísticas de mortalidade,
relativas ao ano de 1997, verifica-se que naquele ano foram registrados
754.585 óbitos, em conseqüência das:
Doenças
do Aparelho Circulatório |
249.610
|
Causas Externas
(traumatismo) |
119.403
|
Câncer |
106.997
|
Doenças
do Aparelho Respiratório |
87.064
|
Doenças
Infecciosas |
47.916
|
Causas mal definidas |
13.779
|
Todas as demais
causas de óbito |
132.816
|
Soma |
754.585
|
O estudo destes números
comprova que, no Brasil, os traumatismo já ultrapassaram o câncer
e se colocam como a segunda causa geral de óbitos. Encarar essa
realidade significa compreender que, analisados em conjunto, os acidentes
de trânsito devem ser trabalhados também na perspectiva da
Defesa Civil pelo impacto social que representam.
Ao aprofundar a análise
dos traumatismos, por exemplo, como causa de óbitos, verifica-se
a seguinte distribuição de óbitos:
Agressões,
sem intenção de matar |
40.472
|
Acidentes
de trânsito |
35.736
|
Homicídios |
9.113
|
Afogamentos |
7.112
|
Lesões
Autoprovocadas (suicídios) |
6.971
|
Quedas |
4.597
|
Incêndio
e Explosões |
1.315
|
Intoxicações
Exógenas |
314
|
Causas
mal definidas e todas as demais causas de trauma |
13.773
|
Soma |
119.403
|
Como 60% dos óbitos
provocados por causas externas ocorrem entre os 5 (cinco) e os 39 (trinta
e nove) anos e os mais atingidos pela violência são os jovens
de sexo masculino, com idade variando de 20 e 29 anos, é forçoso
concluir que os traumatismos em geral e a violência estão
concorrendo para reduzir a expectativa de vida dos brasileiros, de uma
forma muito preponderante.
Tais dados justificam
inclusive a necessidade de esforço no sentido da desconstrução
da cultura da violência nas suas mais diversas formas de manifestação,
para a construção de uma sociedade fundamentada em princípios
de respeito às individualidades, à liberdade, e que valorize
o indivíduo em seu complexo de dimensões. Há que
se pensar em projetos que, integrando a juventude nas questões
urbanas e nas questões sociais, garantam seu envolvimento e participação
saudável, admitindo a idéia de que manifestações
violentas também são formas de participação.
Considerações
finais
Pensar e projetar
a cidade do Século XXI atento para a problemática urbana,
no que tange a Defesa Civil, tem como grande desafio incorporar a preocupação
com os aspectos preventivos em todas as áreas, visando a redução
dos desastres e das vulnerabilidades. Concomitantemente, é forçoso
preparar a comunidade para participar efetivamente da construção
urbana, se apropriando de conceitos, se apoderando de discussões
e conquistando canais de participação. Cabe pois a uma Defesa
Civil efetivamente engajada, proporcionar as condições necessárias,
radicalizando no processo de democratização das informações
e de participação comunitária através do oferecimento
de mecanismos de construção do coletivo. Só assim
é possível prevenir desastres e manter aceitáveis
os níveis de preparação para enfrentamento de situações
adversas.
Projeto
em desenvolvimento |
O
projeto BRIGADA JUVENIL DE DEFESA CIVIL tem por objetivo trabalhar
alguns aspectos acerca da Defesa Civil com jovens, principalmente
numa pers-pectiva de Segurança Global da População.
Tal projeto consiste em trabalhar preventivamente a segurança
da escola em sua parte física, patrimonial, ambiental e principalmente
seu bem mais valioso: a VIDA. Visa também criar uma massa
crítica, contribuir na preparação da geração
com consciência e percepção de risco, estimulando
a solidariedade. Defesa Civil é isso: um grande exercício
de cidadania.
Em médio
prazo, além de provocarmos a discussão e a reflexão
da segurança sob outros aspectos, teremos cidadãos
multiplicadores dessa abordagem de Segurança e de Defesa
Civil, através de ações de cidadania, dentro
e fora da escola. Além de contribuir na preparação
para a vida, o certificado expedido e a experiência adquirida
poderão ampliar suas perspectivas profissionais desses jovens.
Esse trabalho
em parceria com a Escola Estadual João Batista Leme
e Grupo Consul poderá, ainda, despertar algumas capacidades.
Futuras lideranças comunitárias sairão de nossa
Brigada Juvenil de Defesa Civil. Acreditamos que em um futuro próximo,
esses jovens brigadistas estarão se destacando
em vários setores, devido a sua capacidade de se antecipar
aos problemas, estimulada pela visão preventiva de Defesa
Civil.
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Acontecerá
em Rio Claro nos dias 7, 8 e 9 de setembro o 4º Encontro Municipal
de Adolescentes. O projeto prevê a participação
de 400 jovens das 61 instituições convidadas, incluindo
participantes da rede Mercocidades. Tal trabalho está sendo
organizado em parceria pelo Poder Público Municipal, especialmente
através da Defesa Civil, e o Centro de Voluntariado de Rio
Claro, Organização Não Governamental com experiência
acumulada no Movimento de Adolescentes Brasileiros. Como o tema A
PAZ TAMBÉM É A GENTE QUE FAZ, todas as atividades
programadas para o Encontro têm por objetivo conscien-tizar
os participantes (inclusive os adultos responsáveis pelos respectivos
grupos) a respeito de seus papéis como prota-gonistas da constru-ção
de uma socieda-de melhor. Dentre as oficinas de trabalho organizadas
e oferecidas pelos grupos mais antigos no movimento, o foco principal
será a desconstrução da cultura de violência
para a construção de uma cultura fundamentada na paz,
um bom exemplo de conscientização e garantia de participação
da juventude é a oficina oferecida para implantação
dos Grêmios Estudantis aos participantes do EMA. A partir daí,
novos grupos de BRIGADA JUVENIL surgirão em Rio Claro, pois
a proposta visa mudar as bases que fundamentam a relação
do estudante com o espaço da escola, utilizando Prevenção
e Combate a Incêndios como instrumento de posse, ou seja, provocar
um processo de apropriação da coisa pública pelos
estudantes. Conscientes da importância de determinado equipamento,
conscientes do seu papel e da sua importância na construção
da escola como um espaço agradável de convívio,
extensão do próprio lar, acolhedora e includente. Em
plenária são votadas as propostas de trabalhos a serem
realizados no intervalo até o próximo encontro. |
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